Calcinha (em São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Moçambique e Brasil ou calcinhas (Portugal) é uma roupa íntima feminina constituída por uma espécie de shorts curto, ajustada ao corpo da mulher e feita na maior parte das vezes de tecidos macios e delicados, como o algodão, por exemplo.
Surgiu por volta de 1800 na Europa o primeiro modelo da calcinha chamado de calção, chegava abaixo dos joelhos, depois que virou moda toda mulher decente usava calcinhas.
Ao longo do tempo, a peça íntima feminina deixou de ser meramente funcional para se tornar uma poderosa arma de sedução
Século 21
Nesse início de século, a mulher procura conforto e sensualidade. Destaque para peças sem costura e com tecidos tecnológicos. Melhor ainda se inovarem no design e no corte, privilegiando cada tipo de corpo.
Nesse início de século, a mulher procura conforto e sensualidade. Destaque para peças sem costura e com tecidos tecnológicos. Melhor ainda se inovarem no design e no corte, privilegiando cada tipo de corpo.
Se a mulher contemporânea pode abrir sua gaveta de roupas íntimas e
incorporar quem quiser – da moça recatada ao mulherão sexy –, há 500
anos, suas ancestrais não tinham nenhuma opção. De baixo das longas
saias e vestidos usava-se um combinado bem insosso: um calção na altura
dos joelhos e uma blusa de alça, ambos arrematados por um camisolão.
Todos de algodão, larguinhos e sem estampas. Curiosidades históricas
como essa estão na exposição Knickers! 500 years of underwear
(Calcinhas! 500 anos de
Peças íntimas), em cartaz no Wallsall Museum, em
Wallsall – no centro- oeste da Inglaterra. A mostra, que fica aberta
até 7 de julho, reúne 100 modelos de calcinhas, sutiãs e camisolas.
Entre as peças expostas, as mais antigas datam do período Tudor, na Inglaterra, de 1485 a 1603. A exposição traz ainda roupas íntimas da era vitoriana (1837 a 1901) e do período pós-guerra, quando as calcinhas ganharam contornos mais femininos, sensuais e com estilo. Outro destaque da mostra são as roupas históricas da coleção Hodson Shop, de peças íntimas femininas da classe trabalhadora da Inglaterra. A loja foi aberta pelas irmãs Flora e Edith Hodson em 1918 e funcionou vendendo lingerie, tecidos e roupas infantis por 40 anos. Segundo Louise Harrison, da curadoria da exposição, observar a mudança de estilos e preferência femininos nos últimos 500 anos é cativante. “É uma maneira de apreciar os modelos pioneiros e valorizar os atuais”, diz.
Há poucos estudos no mundo sobre a evolução da calcinha. Mas, segundo historiadores, foi há cerca de 500 anos que surgiu o conceito de roupas de baixo, ou seja, de peças confeccionadas especialmente para proteger, aquecer e manter a higiene das partes íntimas femininas. Antes disso, na Grécia e Roma antigas, as moças usavam tangas – também precursoras da cueca, que tomou forma no estilo samba-canção no século XVII. As tangas eram amarradas ao corpo de várias maneiras. Uma delas consistia em passar por entre as pernas uma tira comprida de couro e amarrá-la à cintura, com um nó ou com um pedaço de corda. Nos dias de calor, o “modelito” virava roupa mesmo. Na Idade Média, os panos ficaram maiores e as tangas foram substituídas por uma espécie de bermudão fofo – amarrados nas pernas e na cintura, também com cordas. Não primava pela beleza, mas era prático. Tanto as mulheres quanto os homens tinham condições de fazer suas necessidades biológicas sem tirar a produção. Depois disso, vieram os calções, os shorts e as ceroulas.
A grande revolução das lingeries ocorreu no século 20. Com o surgimento de novos tecidos e designs diferentes, as calcinhas ganharam um novo status. Além de funcionais, confortáveis e duradouras, passaram a ser vistas como item de sensualidade na década de 70. Atualmente, a tendência é a utilização de tecidos tecnológicos, que permitem melhor “respirabilidade” das regiões íntimas das mulheres, e os sustentáveis, feitos de fibra de bambu, por exemplo. A grife carioca de lingeries Verve aposta neles. “Não seguimos tendência de moda, nos baseamos nas preferências de nossas clientes. Hoje em dia a mulher busca conforto e por isso investimos na tecnologia”, diz Angela Chinelli, sócia da Verve. Paralelamente, elas querem estar bonitas – mesmo que para um único eleito. “A estamparia tem que ser colorida e alegre, para combinar com o espírito tropical”, diz Angela. Sorte deles.
A REVOLUÇÃO DAS ROUPAS DE BAIXO
ANTES DA CALCINHA
Grécia e Roma antigas
Assim como os homens, as mulheres usavam um tipo de tanga para manter as partes íntimas protegidas e aquecidas. Tratava-se de um pedaço de tecido que passava por entre as pernas e era amarrado na cintura – a exemplo das fraldas de pano usadas nos bebês.
A peça não era considerada roupa de baixo porque no calor era a única veste no corpo.
DEPOIS DA CALCINHA
Séculos 15 a 17
Na Idade Média e no Renascimento, as vestes íntimas das mulheres ainda se assemelhavam às dos homens. Pedaços de pano eram amarrados às pernas e à cintura. O próximo passo foi o surgimento do calção. Larguinho, era usado debaixo de um camisão. Só depois vinha a saia ou o vestido. As peças mais antigas de que se tem notícia datam do período Tudor (1485 a 1603), na Inglaterra.
Na Idade Média e no Renascimento, as vestes íntimas das mulheres ainda se assemelhavam às dos homens. Pedaços de pano eram amarrados às pernas e à cintura. O próximo passo foi o surgimento do calção. Larguinho, era usado debaixo de um camisão. Só depois vinha a saia ou o vestido. As peças mais antigas de que se tem notícia datam do período Tudor (1485 a 1603), na Inglaterra.
Século 18
As mulheres usavam um verdadeiro arsenal de acessórios por debaixo dos vestidos. Eram calçolas (como um short), calças, petticoats (tipo de saia de baixo) e armações de arame. Com a Revolução Industrial e a proliferação das máquinas de costura, o algodão se popularizou na Europa. As mulheres, no lugar de costurar suas roupas íntimas em casa, passaram a comprá-las em lojas. Nessa época, as estampas já eram comuns.
As mulheres usavam um verdadeiro arsenal de acessórios por debaixo dos vestidos. Eram calçolas (como um short), calças, petticoats (tipo de saia de baixo) e armações de arame. Com a Revolução Industrial e a proliferação das máquinas de costura, o algodão se popularizou na Europa. As mulheres, no lugar de costurar suas roupas íntimas em casa, passaram a comprá-las em lojas. Nessa época, as estampas já eram comuns.
Século 19
Na segunda metade do século 19, as mulheres usavam ceroulas e calças bufantes com renda debaixo de uma coleção de saias. Com essas calças, que tinham o objetivo de manter as pernas das moças longe dos olhares curiosos, as saias puderam encurtar um pouco. O charme, especialmente na era vitoriana (1837-1901), era a combinação da calça com as saias e os vestidos.
Na segunda metade do século 19, as mulheres usavam ceroulas e calças bufantes com renda debaixo de uma coleção de saias. Com essas calças, que tinham o objetivo de manter as pernas das moças longe dos olhares curiosos, as saias puderam encurtar um pouco. O charme, especialmente na era vitoriana (1837-1901), era a combinação da calça com as saias e os vestidos.
Século 20
É o século das grandes revoluções no universo das calcinhas e das lingeries em geral. Foi nesse período que os espartilhos sumiram de vez, dando lugar ao sutiã. Surgiram as cintas-ligas para segurar as meias-calças 7/8 e também a lycra e o náilon – ampliando, assim, as opções em roupas íntimas. Os calções encolheram e por volta de 1960 já lembravam as calcinhas de hoje. Nos anos 70, o conforto e a durabilidade ganharam uma atração a mais: a sensualidade.